sexta-feira, 13 de maio de 2011

Roberto Batata: 35 anos de saudade

Roberto Batata na Toca da Raposa I
Quando comecei a me dar por gente, logo me vi cruzeirense. Aquilo já estava em meu sangue, era genético. Minha família inteira é de "sangue azul".

No momento em que isso aconteceu, era início da década de 90, mais precisamente o ano de 1991 e eu tinha 6 anos de idade. Naquela época, o Cruzeiro tinha acabado de retomar os rumos das conquistas internacionais, conquistando a Supercopa daquele ano.

Batata, Eduardo, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho
Lembro muito bem do meu e do meu avô comemorando o título e relembrando os feitos de outrora do esquadrão celeste. Nomes como Dirceu, Tostão, Piazza, Raul, Palhinha, entre outros vinham à tona. Mas um específico, me chamou a atenção: Roberto Batata.

De imediato, a peculiaridade do apelido é que tinha me chamado atenção: Porquê Batata? E imaginei várias coisas, como criança que eu era.

Passado alguns anos, chegamos em 1997 e o Cruzeiro novamente conquistava a América. E mais uma vez o nome de Roberto Batata ganhava vida. Daí então, tomei partido e fui em busca de mais informações sobre o tal ponta-direita, dono da camisa 7 do esquadrão estrelado que conquistou a Libertadores em 1976.

Alí, me deparei com uma das histórias mais emocionantes da trajetória do Cruzeiro. E hoje, 13 de maio de 2011, exatos 35 anos após o fatídico falecimento do ídolo eterno, transcrevo aqui um pouco da trajetória daquele que foi um dos maiores pontas-direita da história do futebol brasileiro.

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Treza de Maio de 1976 é uma das datas mais trágicas e marcantes dos 90 anos de história do Cruzeiro e também, do futebol mineiro. Nesse dia, a Nação Azul se despediu de um dos seus maiores ídolos. 35 anos após esse triste ocorrido, relembramos quem foi Roberto Batata.

Batata em ação no clássico
Roberto Monteiro, mais conhecido como Roberto Batata, nasceu em Belo Horizonte, no dia 24 de julho de 1949. O craque iniciou a carreira no time amador do Banco Real, na capital mineira, e logo se transferiu para o Cruzeiro, onde jogou de 1971 a 1976. O curioso apelido, "Batata", foi dado pelo treinador João Crispim, devido ao forte apreço por batatas fritas.

O ponta-direita, dono da camisa 7 nos tempos áureos do Cruzeiro, defendeu o time celeste em 285 jogos, anotando 110 gols. Batata também defendeu a Seleção Brasileira na Copa América, em 1975, quando atuou em seis partidas e marcou três gols. Com a camisa azul estrelada, Batata conquistou o Campeonato Mineiro, em 1972, 1973, 1974 e 1975, além da Libertadores, 1976.

Velório de Roberto Batata
O acidente que interrompeu a carreira e a vida de Roberto Batata aconteceu no dia 13 de maio de 1976, quando viajava para Três Corações para visitar a família, após o jogo contra o Alianza-PER, pela Libertadores. Naquele jogo, o atacante marcou um dos gols da goleada cruzeirense por 4 x 0.

Seu corpo foi velado na Sede do Cruzeiro por milhares de torcedores. A Federação Mineira de Futebol chegou a decretar luto oficial por sete dias nas competições regionais e paralisou o Campeonato Mineiro por duas rodadas.

Homenagem em campo

Homenagem dos jogadores à Batata
Ainda abalados com a perda do companheiro, os jogadores do Cruzeiro entraram em campo para o jogo da volta, contra o Alianza-PER. Em homenagem ao ponta-direita, uma camisa 7 foi aberto ao lado do gramado do Mineirão. Em campo, os Guerreiros dos Gramados prestaram outra "homenagem" ao atacante e venceram o time peruano justamente por 7 x 1.

A vitoriosa caminhada cruzeirense na Libertadores daquele ano culminou com a conquista do título da competição. Após o momento de glória, ainda no gramado do Estádio Nacional, em Santiago, os atletas se ajoelharam e rezaram em memória de Roberto Batata.

Um comentário:

  1. Bem interessante a reportagem, parabens a seus idealizadores, gostei!

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