quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A seleção brasileira e o jogo dos 7 erros - 6º erro: A ascenção dos adversários

Depois de algum (e longo) tempo, venho continuar a série. Os dois próximos textos já estavam rascunhados há algum tempo e justamente pela falta de tempo, ainda não os postei. Então, sem mais delongas, eis a sequência.

Feche os olhos, conte quatro, cinco, até seis anos no passado. Imagine algumas referências de seleções imponentes, dignas de respeito dos adversários, vistosas e sobretudo, vitoriosas. Conseguiu pensar no Brasil?

Espanha, campeã do mundo em 2010
Se você não for bom de memória, vá um pouco mais longe então. Procure nos rankings anuais da FIFA, IFFHS, Conmebol, e o que mais for de ranking e olhe como ficou a seleção brasileira nesses últimos anos. A honrosa primeira colocação sempre distante. Se bem que esses rankings, na minha opinião, não servem absolutamente para nada. Mas em todo caso, a base de estatística e de realidade de fatos, os uso para ilustrar a situação do Brasil.

Atualmente o Brasil não vive uma boa fase, não está em paz com o seu torcedor e além de todos os problemas até aqui já citados (se já não fossem suficientes), há o fato das demais seleções mundiais terem evoluídos consideravelmente.

Uruguai, campeão da Copa América 2011
A seleção hoje não consegue sequer ser a melhor do continente, posto hoje merecidamente ocupado pela fortíssima Celeste Olímpica. No cenário mundial, a disparidade ainda se torna gritante. Espanha, Alemanha, Holanda, França e entre outras figuram à frente da seleção canarinho.

E seleções que sempre perteceram ao segundo escalão, hoje conseguem fazer frente ao Brasil, como Portugal, México, Paraguai e algumas das seleções africanas.

Explicar o porque da evolução dos adversários seria algo complexo demais, mas resumindo, digo apenas uma palavra: Planejamento. A Espanha sagrou-se campeão européia e mundial devido ao trabalho na base. O Uruguai através do excelente trabalho de Oscar Tabarez, chegou as semifinais da Copa de 2010 e foi campeã da Copa América. A Alemanha mudou a forma de seu jogo, formando uma base forte e extremamente nacionalista.

Mano Menezes e o backdrop da CBF
Enquanto todos evoluíram, o Brasil regrediu consideravelmente. Em vez do comando da CBF pensar nas quatro linhas, perdeu tempo demais pensando nas cifras milionárias que permeam o universo futebolístico dos dias de hoje. Que federação no mundo consegue a proeza de ostentar mais de 10 contratos publicitários, dignos de figurar nos backdrops de entrevistas e placas estáticas? Pois é, Ricardo Teixeira conseguiu isso.

E a troco de que? Nem sequer a dita 'seleção do povo' joga para seu povo. Até um contrato com a Emirates foi assinado para a seleção mandar seus jogos em Londres, no moderno Emirates Stadium.

Ranking FIFA / Outubro de 2011
Sobre o tal ranking da FIFA, segue a ordem dos dez primeiros colocados: 1º Espanha / 2º Holanda / 3º Alemanha / 4º Uruguai / 5º Brasil / 6º Itália / 7º Inglaterra / 8º Grécia / 9º Portugal / 10º Argentina. Lembrando que o Brasil chegou a figurar em 7º lugar no mês passado. Graças aos dois últimos amistosos 'mandrakes', cuja a seleção saiu vitoriosa, que conseguimos subir duas posições.

Fato é que, independente dos números, mesmo figurando na quinta posição, há seleções hoje capaz de colocar o Brasil na roda com uma facilidade incrível. O que joga hoje pelo Brasil é apenas a fama da camisa amarela. E o pouco que restou dela, que é o respeito, hoje já não está valendo muita coisa. Antigamente, seleções como a Venezuela se dava por satisfeita em perder por menos de 4 gols. Hoje, busca a vitória o tempo inteiro.
É meus amigos. Como dizem por aí: "Não tem mais bobo no futebol".