Depois de algum (e longo) tempo, venho continuar a série. Os dois próximos textos já estavam rascunhados há algum tempo e justamente pela falta de tempo, ainda não os postei. Então, sem mais delongas, eis a sequência.
Feche os olhos, conte quatro, cinco, até seis anos no passado. Imagine algumas referências de seleções imponentes, dignas de respeito dos adversários, vistosas e sobretudo, vitoriosas. Conseguiu pensar no Brasil?
Espanha, campeã do mundo em 2010 |
Se você não for bom de memória, vá um pouco mais longe então. Procure nos rankings anuais da FIFA, IFFHS, Conmebol, e o que mais for de ranking e olhe como ficou a seleção brasileira nesses últimos anos. A honrosa primeira colocação sempre distante. Se bem que esses rankings, na minha opinião, não servem absolutamente para nada. Mas em todo caso, a base de estatística e de realidade de fatos, os uso para ilustrar a situação do Brasil.
Atualmente o Brasil não vive uma boa fase, não está em paz com o seu torcedor e além de todos os problemas até aqui já citados (se já não fossem suficientes), há o fato das demais seleções mundiais terem evoluídos consideravelmente.
Uruguai, campeão da Copa América 2011 |
A seleção hoje não consegue sequer ser a melhor do continente, posto hoje merecidamente ocupado pela fortíssima Celeste Olímpica. No cenário mundial, a disparidade ainda se torna gritante. Espanha, Alemanha, Holanda, França e entre outras figuram à frente da seleção canarinho.
E seleções que sempre perteceram ao segundo escalão, hoje conseguem fazer frente ao Brasil, como Portugal, México, Paraguai e algumas das seleções africanas.
Explicar o porque da evolução dos adversários seria algo complexo demais, mas resumindo, digo apenas uma palavra: Planejamento. A Espanha sagrou-se campeão européia e mundial devido ao trabalho na base. O Uruguai através do excelente trabalho de Oscar Tabarez, chegou as semifinais da Copa de 2010 e foi campeã da Copa América. A Alemanha mudou a forma de seu jogo, formando uma base forte e extremamente nacionalista.
Mano Menezes e o backdrop da CBF |
Enquanto todos evoluíram, o Brasil regrediu consideravelmente. Em vez do comando da CBF pensar nas quatro linhas, perdeu tempo demais pensando nas cifras milionárias que permeam o universo futebolístico dos dias de hoje. Que federação no mundo consegue a proeza de ostentar mais de 10 contratos publicitários, dignos de figurar nos backdrops de entrevistas e placas estáticas? Pois é, Ricardo Teixeira conseguiu isso.
E a troco de que? Nem sequer a dita 'seleção do povo' joga para seu povo. Até um contrato com a Emirates foi assinado para a seleção mandar seus jogos em Londres, no moderno Emirates Stadium.
Ranking FIFA / Outubro de 2011 |
Sobre o tal ranking da FIFA, segue a ordem dos dez primeiros colocados: 1º Espanha / 2º Holanda / 3º Alemanha / 4º Uruguai / 5º Brasil / 6º Itália / 7º Inglaterra / 8º Grécia / 9º Portugal / 10º Argentina. Lembrando que o Brasil chegou a figurar em 7º lugar no mês passado. Graças aos dois últimos amistosos 'mandrakes', cuja a seleção saiu vitoriosa, que conseguimos subir duas posições.
Fato é que, independente dos números, mesmo figurando na quinta posição, há seleções hoje capaz de colocar o Brasil na roda com uma facilidade incrível. O que joga hoje pelo Brasil é apenas a fama da camisa amarela. E o pouco que restou dela, que é o respeito, hoje já não está valendo muita coisa. Antigamente, seleções como a Venezuela se dava por satisfeita em perder por menos de 4 gols. Hoje, busca a vitória o tempo inteiro.
É meus amigos. Como dizem por aí: "Não tem mais bobo no futebol".